Assim como todo o campo feminista, ELLA entrou o ano de 2020 com grandes planos – seria a sua 5ª edição presencial, desta vez retornando ao Brasil, onde poderíamos observar os avanços e novos desafios dos feminismos da América Latina e do mundo.

Então a maior crise que nossa geração já conheceu acontece e obrigada toda humanidade repensar suas práticas e entendermos que o planeta reclama mudanças radicais e inadiáveis. As feministas não podiam evitar esse debate, questionar suas próprias fronteiras para assumir o papel histórico que têm na disputa de mundo pós pandemia. E assim, ELLA propôs uma extensa agenda que representaria as camadas do debate. 

Abrindo o calendário em abril com o lançamento do ELLA Em Quarentena, onde foram convocadas mulheres de diferentes países, classes sociais, raças, sexualidades e áreas de expertise para responder a pergunta: como era ser uma mulher e atravessar a pandemia? O resultado foi publicado em um site especial e ainda rendeu uma segunda etapa do projeto focada só em meio ambiente, realizada em conjunto com a Casa NINJA Amazônia. Ao fim foram mais 80 textos publicados, cobrindo 17 países.

Em junho, a partir da provocação de realizar uma edição virtual do Encontro Internacional de Feminismos, iniciou-se então os Pré-ELLAs, eventos que abordam os temas que se tornaram eixos estruturantes do feminismo que acreditamos – defendendo a substituição do conceito de tolerância pelo paradigma da celebração da diversidade e da diferença.

As dezenas de encontros acabaram por se configurar no festival em si, realizado todo em portunhol, misturando culturas, formatos, experiências e leituras, o que acabou por também conceituar a próxima era da rede, que agora se entendia como um planeta. Mais que a mudança do @ do instagram, isso significou entender que o ELLA é feito de um ecossistema complexo e diverso e que todas suas habitantes necessitavam de um momento próprio.

Começando o ELLA Digital com o ELLA Trans, a agenda ainda contou com os temas negritudes, esportes,  culturas, hacker, direitos sexuais e reprodutivos, migração, indígenas, gordes, antifascismo, alimentação e meio ambiente, identidade marrom, violência de gêneros, junto aos ELLAs focados em ações territoriais como Guatemala, Lisboa, Chile, Bolívia, Afrovenezuela, América do Norte e Caribe –  fortalecendo, a cada edição, uma comunidade própria que segue atuante até hoje. 

Ao todo foram 3.286 mulheres participando das ações do ELLA Digital, sendo que 600 delas faziam parte de chats da comunidade e receberam 454 convidadas para oficinas, debates e apresentação, totalizando assim 63 países envolvidos. 

Enquanto isso, as eleições aconteciam no Brasil e o ELLA atuou ao lado das candidatas, lançando a edição 2020 da Campanha de Mulher. De encontros de formação até difusão do conteúdo das candidatas, ao afim apoiamos 143 candidaturas, entre mulheres cis, trans e travestis. Destas, 40 se elegeram, incluindo muitas que foram as primeiras negras eleitas nas câmaras municipais de sua cidade.

Além disso, outras ações foram realizadas para discutir os acontecimentos do ano – como por exemplo, um ao vivo específico para debater a volta dos campeonatos de futebol no Brasil conduzido exclusivamente por mulheres.

O ano de 2020 fechou com o ELLA tendo mobilizado mais de 5 mil mulheres, engajando 63 países e desenvolvendo mais de 100 atividades durante os doze meses, provando que, mesmo atravessando uma pandemia, a força das mulheres é imparável.

Acompanhe a agenda de 2021 no site do Planeta ELLA.